Por quê escrevo

Conversando com o meu pai, comentei que é muito fácil enxergar os telentos nas outras pessoas e difícil reconhecer os nossos. De fato acredtiava em duas opção: 1: Nasci sem nenhum talento (o que de fato não é verdade) e 2: Tenho talentos, mas estão tão escondidos e são tão difíceis de encontrar, que prefiro acreditar na primeira opção. É claro que como todo bom pai, ele comentou que eu era cheia de talentos, e um deles era escrever. Detesto escutar isso, é algo que todos dizem. Na hora reclamo: "Só isso? Escrever não  é nada e nem considero  talento."
Surgiu  então uma pergunta na minha mente: - Por quê escrevo? Pensando e após reflexão descobri que:
Escrevo para libertar as palavras que estão aprisionadas sorrateiramente na minha alma. Desde que ganhei o meu primeiro caderno, ansiava pela chegada de um novo dia, para dar continuidade à minha aventura.
Escrevo para que as linhas escritas, recheadas de emoção, sirvam como chaves para abrirem o meu coração, dando forma aos meus pensamentos e sentimentos.
Escrevo para criar um bate-papo comigo mesma, com esta pessoa que chamo "minha melhor amiga".
Escrevo para  desvendar e revelar coisas que simplesmente gostaria de manter dentro de mim, mas sabe como que é a briga entre a razão e o coração.
Escrevo porque me traz conforto, paz e acalma a minha alma.
Escrevo porque as palavras saem em seus devidos lugares, diferentemente de quando falo ou penso, as palavras se embaralham e chego até engasgar. Escrevo para reviver cada pedacinho que existe dentro de mim,  em uma mistura de emoções, que pode me alegrar, mas certa que também pode me machucar.
Escrevo por que aprendo com palavras que conheço e as que até desconheço, sabendo que o conhecido e o desconhecido podem sempre serem melhorados e corrigidos.
Escrevo para reviver o passado, desfrutar o presente e sonhar com o futuro, e assim aceitando quem eu sou.
Escrevo para escutar risadas gostosas em cada ponto,  suportar e desfrutar das minhas tristezas e alegrias em cada vírgula, aprender com cada interrogação e até sentir o cheiro da receita gostosa da mamãe em cada exclamação.
Escrevo para sentir em palavras o real, acreditando que a vida é repleta de sonhos.
Escrevo para enxergar a beleza onde não há e amar intensamente sozinha.
Escrevo pelos pontos finais, por mais duros que sejam, 
porque é preciso coragem para viver ...
e para escrever.