Achei! Finalmente encontrei o livro “O
Menino no Espelho”, escondido embaixo da cama. O que não fazemos para
"guardar" as coisas em casa? O espaço é pequeno e preciso ser
criativa, então se quiser encontrar a minha biblioteca e sapateira é só olhar
embaixo da minha cama.
Estava com saudades de ler algo no meu
idioma. Ao abrir o livro, percebi que enxergava as palavras de uma maneira
diferente. A minha compreensão era maior, mas o sentimento de magia era o
mesmo. Uma pergunta que li nesse livro me bateu em cheio: O que você quer ser quando crescer? Vixi...a minha lista era
extensa. Sempre quis fazer um pouco de tudo, não acredito que uma pessoa está
propensa a estudar, formar e a fazer aquela mesma coisa pelo resto da vida.
Então em uma busca mental, iniciei a minha jornada.
Desde pequena, ao perguntarem o que
queria ser, tinha embutido na minha mente que gostaria de ser cantora. Amava
cantar. Fiz aulas de canto e admirava vários estilos de músicas, considerando-me
uma eclética. Com o tempo e amadurecimento, tinha vergonha em admitir o que
gostaria de ser.
Os sonhos passaram a ficar mais ambiciosos. Já não queira ser cantora e decidi ser compositora, já que amava escrever. Mais tarde mudei para escritora, mas parecia bobo demais e não era boa o bastante para impressionar. A minha jornada não parou por aí. Decidi então que queria ser advogada - confesso que foi por causa do filme “Legalmente Loira”, e por fim, me tornar enfermeira. Não funcionou e mudei de ideia. Desejei ser psicóloga, acreditava que era uma boa ouvinte e uma ótima conselheira, reconheci que não teria paciência e que psicologia vai além disso. Mudei então para “designer” de moda ou de interiores. Amava a ideia, talvez pelo falso glamour que trazia embutido no nome. Repensei. Que tal gastronomia, musicista, línguas: Chinês ou Japonês. Estaria feliz em aprender qualquer um dos dois, porque não os dois?
Os sonhos passaram a ficar mais ambiciosos. Já não queira ser cantora e decidi ser compositora, já que amava escrever. Mais tarde mudei para escritora, mas parecia bobo demais e não era boa o bastante para impressionar. A minha jornada não parou por aí. Decidi então que queria ser advogada - confesso que foi por causa do filme “Legalmente Loira”, e por fim, me tornar enfermeira. Não funcionou e mudei de ideia. Desejei ser psicóloga, acreditava que era uma boa ouvinte e uma ótima conselheira, reconheci que não teria paciência e que psicologia vai além disso. Mudei então para “designer” de moda ou de interiores. Amava a ideia, talvez pelo falso glamour que trazia embutido no nome. Repensei. Que tal gastronomia, musicista, línguas: Chinês ou Japonês. Estaria feliz em aprender qualquer um dos dois, porque não os dois?
Aprendi a cozinhar com a minha mãe,
que modéstia à parte é uma cozinheira de mão cheia. Tive aulas de chinês que
durou três meses e minha cabeça deu um nó depois que escutei as cinco entonações (mā, má, mǎ,
mà, ma). Tive também aulas de piano e flauta transversal, percebi que não teria autodisciplina para ser uma profissional.
Depois de anos decidi fazer o Curso de
Jornalismo pelo meu amor a escrita. O curso foi mais difícil que imaginava. Por
ser uma pessoa tímida, tive que sair todos os dias da minha zona de conforto, porém
amei e aprendi muito. No decorrer do curso descobri a fotografia e o meu lado artístico
gritava mais alto e decidi que entraria nesse ramo de corpo e alma.
Dez anos após a faculdade, casada, com
duas filhas e sem uma carreira, a pergunta ardia a minha mente: - O que você quer ser quando crescer?
Percebi que hoje sou uma mãe e faço quase diariamente tudo da minha lista de
desejos:
- Canto para elas dormirem
- Crio histórias para entretê-las
- Sou enfermeira quando adoecem.
- Advogo para educar e separar brigas.
- Psicóloga para acalmar o coração,
aconselhar e educar.
- Designer de moda e interiores para
arrumar a casa e também para vestir as minhas filhas numa tendência que criei
com apenas um lençol e grampos.
- Cozinho todos os dias, toco instrumento
para que elas tenham contato com a música, jornalista ao relatar no meu diário
sobre a vida cotidiana e fotógrafa para registrar todas as etapas da vida.
Senti um alívio e a pergunta veio
novamente:
- O
que você quer ser?
Não sei, mas sou uma mãe e isso me completa.
O que eu quero ser? O que eu quiser.
Caramba, que texto lindo... Sabe que eu ainda não sei o que eu quero ser quando eu crescer? Acho que tenho idade mental de adolescente rsrsrs...
ResponderExcluirAmei o texto. Me identifiquei muito, pois ser mãe também me completa e, cá entre nós, o que pode haver de mais importante? Somos todos os dias um pouco de cada profissão e ainda fazemos hora extra como mágicas, top model, maquiadoras....
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluirAdorei o texto Jenni! Confesso que não sou muito de ler blogs, mas resolvi browse through o seu e o título desse texto me chamou atenção. E era exatamente o que eu tava precisando. Ser mãe não é fácil! Mas o lado positivo que vc deu foi perfeito! Brigada pelo texto! (: (Acho que vou ler teu blog com mais frequência agora haha)
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